
O que, subliminarmente, transcende a alma,
fomenta o sentimento e os sentidos,
tal qual faz o amor a seus amantes?
O que, inexoravelmente, inunda o espírito,
revigora o mais funesto e nefasto homem,
tal qual faz Deus à sua criatura?
O que, resplandecentemente, vislumbra harmonia,
fragmenta notas, timbres e melodias,
tal qual fez Tom a Vinícius, e Vinícius a Tom?
O que, inexplicavelmente, se revela pura,
alva, e encanta toda a natureza,
tal qual faz o mar aos nossos olhos?
O que, indiscutivelmente, é arte,
é soberba e, decentemente, a melhor,
tal qual é o corpo e a mente?
O que, liturgicamente, reacende lembranças,
sombras do passado, histórias esquecidas,
tal qual faz o sentimento ao coração?
O que, ferozmente, atormenta a psique,
fratura a exposta alegria da vida,
tal qual faz o suicida a si mesmo?
O que, docemente, é mais bonita se psicografada,
propagada em violas, tamborins e cavaquinhos,
tal qual a letra faz à literatura?
O que, imensamente, é mais firme, forte,
frágil, singela e eterna,
tal qual é a música que nos embala pela vida?
O que… O que…
Autor: Tulio Rodrigues
Imagem: Por Ri_Ya via Pixabay