
Tu contemplas a memória vazia dos homens.
Tu, mulher cuja beleza afronta o sol
e tudo o mais que se admire na felicidade!
Sim, a beleza é traço fundamental,
mas tu, mulher, vais muito mais além —
e tão alto e tanto, e tanto e tão alto!
E assim, sublime e serena, te perco de vista
perante o infinito e a eternidade,
como se fosse o tempo um sublime souvenir.
Mas tu, mulher — sim, tu que vais tão alto —
chegas ao topo, além das definições da vida
e das articulações primárias do universo!
E, para definir-te, só comparando-te à Lua Cris;
lua que se permeia entre a Terra e o sol,
e que, num mesmo eixo, enfeita folcloricamente o céu!
Tu, mulher que, como a rara Lua Cris,
carregas no espírito a tríade mais luminosa de um ser:
a beleza, a fraternidade e a simpatia.
Tudo numa só mulher que, nessa amante confusão,
redefine a certeza do que é bonito,
de tudo que é belo e imaculado.
Não, não podes mais privar o mundo dessa contemplação
que vai além da carne e de qualquer odor de anis —
e que, assistido com os olhos da alma, o espírito,
faz o mais pobre se enriquecer e ser feliz!
Autor: Tulio Rodrigues
Imagem: Por flo222 via Pixabay