20 de setembro de 2012
Crônica

Conhecendo Lobão

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Muitas vezes, na vida, julgamos as pessoas por sua aparência, pelo que elas falam quando estamos dispostos a ouvir — mas quase nunca pelo que realmente são. Já julguei e, claro, também já fui julgado. Isso é quase — ou é — um preconceito sobre aquilo que desconhecemos, muitas vezes por nem querermos conhecer, de fato.

Ultimamente, tenho assistido a algumas entrevistas do Lobão. Num primeiro momento, era apenas para ver suas polêmicas críticas ao meio musical, ao Rio de Janeiro e aos ícones da música popular brasileira. Depois, passei a ver com mais atenção e percebi que o Lobão é um cara muito inteligente, sabe o que fala e tem bastante conhecimento.

Outra coisa que me chamou atenção foi sua autobiografia. Vi diversas entrevistas dele falando sobre o livro, e sua história de vida me chamou ainda mais atenção. Sou um cara que gosta de histórias de superação — e a história do Lobão não deixa de ser a de um sujeito que buscou vencer obstáculos. Fora tudo isso, fui me identificando com sua trajetória e, até mesmo, com seus sentimentos.

Identifiquei-me com ele em relação aos sentimentos ligados à questão familiar, à sua relação com as drogas, às experiências espirituais e às superações de um modo geral.

Deixo bem claro que não concordo com tudo o que o Lobão fala, mas entendo um pouco do que ele diz quando critica a Bossa Nova, Chico Buarque, Caetano Veloso e muitos dos novos artistas da nossa música. Com relação à Bossa Nova, vejo que ele quer dizer que precisamos parar de tentar reviver e ressuscitar um estilo musical iniciado por Tom e Vinicius — e que devemos buscar coisas novas, criar novos caminhos.

Concordo em partes com o Lobão no que diz respeito às críticas ao lado cultural do Rio de Janeiro. Não tenho propriedade para falar sobre o cenário musical, mas sobre o lado literário, sim. São Paulo é muito mais efervescente na literatura do que o Rio de Janeiro. Em São Paulo, há diversos eventos e pessoas movimentando a cena literária. No Rio, claro, também há eventos e movimentos, mas em menor escala.

Ninguém agrada a todo mundo — e com o Lobão não seria diferente. Mas é bom saber que o cara é humano, que sente dor, que chora, e que já passou por muitas coisas pelas quais outros também já passaram.

Nunca fui fã do Lobão, mas sempre gostei de seus principais sucessos musicais. Hoje, posso dizer que venho me aprofundando em sua obra musical — e já constatei que o cara é bom demais. O disco que mais venho ouvindo em casa e no trabalho é o Acústico MTV, que ganhou o Grammy da música. O disco é realmente muito bom.

Hoje, posso dizer que sou fã do músico e do ser humano Lobão. Fim ao preconceito!

Autor: Tulio Rodrigues

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