
Soneto dedicado a Grande poeta Florbela Espanca
Hoje, qualquer resposta não importa
e prefiro um sorriso às coisas minhas…
Hoje, a pressa esquecida atrás da porta
faz-me ler as tuas linhas e entrelinhas…
Hoje, qualquer amor não me conforta,
pois não deste valor quando me tinhas…
Hoje, esse amor machuca e mais me corta
— navalhas soltas — ferem-me sozinhas!
Hoje transito alheia por entre as dores
espalhadas, à margem das feridas…
Hoje, menos me importam cicatrizes!
Hoje, mesmo que eu não veja mais flores,
sigo vivendo assim, entre duas vidas…
Sem amor, sem adeus, sem diretrizes!
Autores: Tulio Rodrigues e Telma Moreira
Imagem: Por voltamax via Pixabay